





. rainha é a citada Nora, os reis são: seu filho, seu pai, e os homens com que ela se relacionou. Pode haver outras correlações entre o título e o filme, mas essa é simples e direta. A outra figura chave é Ismael (Mathieu Amalric), seu ex-marido que não é o pai de seu filho, um violinista sofrendo algumas crises existenciais, a ponto de se preparar para cometer suicídio e acabar internado numa clínica psiquiátrica. A reaproximação entre os dois ocorre nesse momento, principalmente porque Nora está cuidando do pai que sofre com um câncer terminal.
Há reviravoltas, algumas bem interessantes, outras nem tão bem arranjadas (a carta, o encontro com o marido falecido), enquanto Desplechin opta por filmar Devos de uma maneira tão tenra e ainda assim dúvia: ela não fica nem totalmente na maneira fantasiosa com que a câmera teima em filmá-la, nem com a maldade que o roteiro gostaria de pintá-la. Alguém que comete erros e tenta levar sua vida com as ferramentas que a vida lhe disponibiliza. É uma personagem equilibrada, muito ligada a realidade humana, diferente de Ismael que é uma figura raramente possível na realidade, mas com uma atuação tão estupenda como a de Amalric fica difícil não se encantar por ele, suas paranóias e seus desequilíbrios.
Festival: Veneza 2004
Mostra: Competição