





As diversas vertentes do tema sexo, discutindo seus comportamentos na Zona da Mata de Pernambuco (e porque não expandir para as diversas zonas predominantemente rurais brasileiras). O filme de Cláudio Assis exagera na dose de violência e perversão (não que esteja mentindo), mas o desejo de chocar parece o único mecanismo que o cineasta encontrou para prosseguir com seu tema, e se fazer entender.
O mundo transpira sexo, começando pelos filhinhos mimados de fazendeiros que estudam na capital e barbarizam nos finais de semana, com os carros dos pais pela cidadela. Mergulhados em álcool e drogas, atravessando madrugadas em orgias por bordéis. Passando pelo puritanismo hipócrita do velho sustentado pelo trabalho de lavadeira da neta adolescente, e que a noite exibe a menina nua aos caminhoneiros de passagem pela cidade (de tudo que será visto, nada mais indigesto e repugnante do que esse conjunto de cenas).
Um filme irmão de seu antecessor, só que com menor contundência, e algum desperdiço de talentos (Hermila Guedes é o melhor exemplo, por outro lado Caio Blat, Matheus Nachtergaele e Dira Paes estão bem como sempre) aqui e ali debruçados em uma gratuidade nas cenas. Os homens vivem para a cachaça, as mulheres para a submissão, e o destino imperdoável a quase todos eles. Assis não nos oferece reflexão, seu filme é novamente cru e direto, a fotografia oferece sensação de lama, de logo, é nesse antro que vive essa gente, assolada por seus costumes antiquados, desumanos, egocêntricos, sexuais.