Somewhere (2010 – EUA)
Os filmes de Sofia Coppola resumem-se em diversas formas de se versar sobre a solidão. E, durante essas variações, quase poéticas, a presença determinante é da melancolia. As histórias desenvolvem-se sempre sob variações deste tema, tendo o poder de conectar o público mais, com este, ou aquele personagem, mas sempre leves mutações de melancolia (nitidamente, e algumas declaradamente, autobiográficas). Aqui temos um astro de Hollywood (Stephen Dorff). Em sua cama, lindas mulheres, jogam-se, literalmente. Sua vida acontece dentro de um quarto de hotel, quando não está gravando – o que pode parecer uma vida de sonho para muitos, a quem a vive transforma-se em monotonia. A vida pode ser triste mesmo quando se tem tudo.
Nos momentos com sua graciosa filha de onze anos (Elle Fanning, o melhor do filme) é quando o ator se dá conta de sua existência sem empolgação. O tom minimalista, e altamente existencialista, pode exagerar nos cacoetes, em demonstrar a monotonia óbvia (a cena inicial do carro, as longas cenas das garotas dançando), mas (e já escrevi isso antes) Sofia filma a solidão como ninguém (e nesse filme a trilha do Phoenix cai como uma luva), e essa solidão não é estar sozinho, e sim o se sentir sozinho, e nesse ponto o filme dá dimensão certeira do estágio emocional em que se encontra nosso galã.
[…] Um Lugar Qualquer […]
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