Stranger Than Paradise (1984 – EUA)
Jim Jarmusch se posiciona como um cineasta despretensioso, em alguns de seus filmes. A câmera ligada em diálogos que não parecem ter grande sentido, nada representativo, além de capturar aquele momento, daquela minúscula e insignificante conversa. E assim, Jarmusch vai criando seu estilo, seu cinema, quase sempre utilizando o preto e branco, normalmente em enquadramentos levemente fora do convencional.
A prima migra da Europa oriental para os EUA, o primo a recebe como um encosto, um peso. Ela vai embora, e ele sente saudade, planeja uma viagem com um amigo. Os três partem de “férias”, nada além disso. O gostar de uma companhia. Eles até possuem suas ambições, mas antes de tudo vivem o momento, seja ele qual for (quando a grana acabar, acabou). Talvez haja resquícios de um estilo de vida anos 70, talvez seja só um cineasta brincando de exercitar sua criatividade dentro de uma larga despretensão, o paraíso é aquilo, Willie comandando e os outros simplesmente (até discordando), mas obedecendo ao líder, simples assim.
ESTRANHOS NO PARAÍSO é um filme que me lembra muito a aurora da minha cinefilia. Vi na televisão e fiquei maravilhado. Já faz cerca de vinte anos isso. O que mais me chamava atenção no filme era os fade in blacks demorados.
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longos fades, Jarmusch não tem pressa, esperava mais do filme
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[…] Estranhos no Paraíso, de Jim Jarmusch […]
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