Julio Bressane seria como o Godard Brasileiro. Seu cinema de culto artístico elevado, de intelectualismo nato, são obras de difícil acesso. Dessa forma construiu sua carreira, e garantiu seu espaço no concorrido mercado internacional dos grandes festivais. Na sua versão da história de Cleópatra, Alessandra Negrini encarna a sensual mulher que encantou os grandes imperadores romanos. Com um sotaque mais que estranho (de quem deseja soar como estrangeira), Negrini exibe uma mulher despudorada, mergulhada em anseios sexuais, e momentos de pura arte.
Sim, estamos diante de uma espécie de arrogância artística, quase um teatro filmado com os enquadramentos de Manoel de Oliveira. A história de Julio César, Marco Antonio e Augusto passa pela alcova de Cleópatra. O Império Romano a mercê da saciedade sexual da musa egípcia e seus amantes. Tudo contado com diálogos chamuscados e um didatismo disfarçado intelectual. Enquanto Miguel Falabella assume Julio César estamos bem, o que vem a seguir são atores tentando imitar o tom do personagem sucessor.
Bressane rules!! E esse filme é lindo, véi!! Ficou a impressão de que vc não gosta de Manoel de Oliveira, também.
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ficou parecendo que nao gosto do Oliveira? Não, só quis comparar um pouco do estilo, principalmente da posição da camera. Filme lindo nada né hahaha
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Admito que foi difícil comprar a ideia de Bressane sobre esta versão bem particular de Cleópatra, mas eis que o filme acabou e gostei de muita coisa do que vi. Me fez, inclusive, ter vontade de caçar por outros filmes do cineasta (assisti apenas este e “A Erva do Rato”, igualmente difícil e bom momentos bem concebidos).
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A glória é ver este filme no cinema. Pena que não ocorreu o mesmo comigo com A ERVA DO RATO, mas mesmo assim, fiquei muito feliz com a segunda parceria de Bressane com Alessandra Negrini. Adoro o jeitão esquisito que ela fala nos filmes dele. hehe
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