Clássico cultuado dos anos 90, o filme de Paul Verhoeven (baseado em livro de Philip K. Dick) alia as características dos filmes de ação dos anos 80 (diálogos e interpretações pobres camufladas por sequencias de ação intensas, grandes ícones do cinema do gênero – no caso Arnold Schwarzenegger – e a intenção de salvar o mundo) com aspectos próprios do cinema de Verhoeven (na mesma linha de Cronenberg) onde o bizarro, o feio, não só ocupam espaço, como monopolizam a história.
Viagens interplanetárias, complôs políticos, interesses escusos, rebeldes querendo o poder em Marte, o mundo marginal e cheio de mutantes, ambiente perfeito para um agente secreto (ou um trabalhador braçal sonhando sob efeito de lembranças implantadas) e belas garotas, dividirem a tela com vilões asquerosos, socos e tiros.
O filme é basicamente isso, um roteiro de ideias mirabolantes e um grupo de personagens desagradáveis (e alguns vilões clichê), mas o ritmo frenético e a capacidade de Verhoeven em criar cenas emblemáticas (que ficaram marcadas, como o scanner identificador de metais ou a face que se abre desmascarando Schwarzenegger), dá força e material capaz de garantir seu status cult.
[…] mainstream, Verhoeven filma o facismo claramente em Tropas Estelares, e até mesmo em Robocop e O Vingador do Futuro. A dominação por vias do sexo estão em Showgirls, Traição (outro de sua volta à Europa) e […]
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