Pode-se dizer tantas coisas sobre François Ozon, entre naturalismo e irregularidade surgem uma enormidade de adjetivos que em algum momento de sua carreira cabem aqui e ali. Porém, de sua coragem não se pode negar, as variações de sua carreira, primam, acima de tudo, por uma coragem de quem não tem o mínimo medo de errar. E seu primeiro filme britânico é prova cabal. Ele parte de sua França natal para uma história clássica do século XIX, com toda a pompa e cafonice que se pudesse imaginar nos cenários da época.
E ele vai além, cria um grupo de personagens que em nada se parecem simpáticos, a garota sonhadora e pobre que engata sua carreira de sucesso como escritora de livros tolos é a personificação de seus próprios livros. Fútil, sonhadora, vive na bolha do amor-romântico ao extremo, porém faz o tipo socialite irritante, sem classe, metida, e distante das coisas importantes da vida que não sejam o amor que ela sente no peito. O amado surge também como um dono da razão, depressivo e infiel.
Desse mundo criado Ozon adiciona uma artificilidade proposital e meramente plástica e uma breguice visual que extrapola sua narrativa simplesmente banal. Nada se coloca como minimamente interessante nesse mar de excessos.
O filme parece aqueles romances femininos de banca de revista (Julia, Sabrina, Bianca), é bem brega, mas essa foi a intenção. Eu não gosto também, mas acho que ele fez o que quis.
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Sabrina, Julia, melhor definiçao!
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