Robert Zemeckis gasta um bom tempo num primor de live-action. A tripulação, capitaneada por Denzel Washington, enfrentando dificuldades extremas durante o voo, chega a arrepiar pela veracidade. Após o acidente, tem início um drama sobre alcoolismo e drogas, com todos os clichês do gênero, incluindo tentações e o abuso de trilha sonora dramática.
Não chegasse tudo isso, temos também a desnecessária presença de uma segunda história que se entrecruza. O drama brega, os excessos, Zemeckis narra como se ainda vivesse nos anos 90 – um tipo de cinema que até o público médio deve estar cansado. Há sempre o alívio cômico de John Goodman, e Denzel interpretando o mesmo personagem há vinte anos (sempre bem, mas é sempre igual, a cara de drama, os arrombos ofensivos). Ainda assim, Zemeckis perde a chance de fazer um filme melhorzinho e menos careta ao grande público.