Já se sabe do fascínio mundial pelo Big Brother, pessoas confinadas numa casa, fingindo comportamentos e almejando o carinho do público para ganhar uma bolada. A possibilidade de se tornar uma celebridade instantânea, de um desconhecido para alguém reconhecido pelas ruas. Essas coisas mexem com a cabeça das pessoas, afinal, quantos milhares não se inscrevem tentando uma vaga na “casa”.
Matteo Garrone rascunha um breve estudo sobre esse fascínio, a expectativa de estar entre os escolhidos, estrelato, fama, dinheiro… Luciano (Aniello Arena) praticamente enlouquece, se vê perseguido por pessoas da produção à paisana, como se estivessem o testando. É interessante o grau de loucura do sujeito cheio das tramoias, renegando sua vida a uma esperança.
Filmando bem próximo aos atores, com fotografia suja, Garrone apresenta uma Itália conhecido do público, mas essencialmente de gente pobre e simples. As famílias falantes e que se intrometem nas vidas de todos, o jeito latino de dar “jeitinho” em algumas situações, e essa entrega ao “pão e circo” que desde Roma Antiga consegue hipnotizar o grande público. Pena que o cineasta, ao final, sucumba e se entregue ao mundo de fantasia de seu personagem, acreditando na própria ilusão que criou.
[…] assuntos pequenos. Do retrato da máfia italina (Gomorra), ao mundo italianos dos reality shows (Reality), o cineasta parte agora mais profundamente em grandiosidade. São três contos do período das […]
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