Camille Claudel 1915 (2013 – FRA)
Bruno Dumont não está preocupado com a biografia de Camille Claudel (Juliette Binoche), ele até tem o cuidado de situar o público,com breves resumos sobre a vida da escultora e namorada de Auguste Rodin, no início e final do filme. Seu interesse está na questão religiosa (tema recorrente em seus trabalhos) que determinou a exclusão da vida social de Camille em suas últimas três décadas de vida.
O fervor católico do irmão aprisiona Camille num hospício. Entre tanta gente maluca, que baba e geme, fica dificil manter a mente sã, e ela sofre. Sofre com seu temor de ser envenenada, com o isolamento, a distancia da vida social.
É o filme mais convencional de Dumont, também o mais contido, não que isso o torne acessível, pelo contrário. Passamos quase o tempo todo desgastados com a tristeza e lágrimas de Camille, uma vida dolorosa e indigesta, até que em duas cenas (o encontro entre os irmãos e a conversa com o médico) sucitam os a temática de Dumont, a crueldade das convicções humanas.