Guillermo Del Toro foi beber na fonte da séries de tv japonesas que fizeram sucesso nos anos 80, como Ultraman e Ultraseven, heróis-robôs lutando contra monstrengos, sempre salvando a humanidade. E como nessas séries, há uma divisão clara, de um lado as sequencia de ação, as lutas entre os robôs-gigantes (os Jaegers, pilotados por humanos) contra monstros que deixam o Godzilla pequeninho (Kaijus).
E essa divisão é descomunal, as lutas pelo Pacífico ou nas cidades litorâneas daquele oceano chegam a um grau de perfeição e realismo que a pergunta deixa de ser “como podem melhorar?” para “aonde vamos agora?”. O realismo é indescritível, realmente parecem ter sido filmadas, e não computadorizadas. Mas, o filme não são apenas os robôs, há um roteiro que explica a presença dos monstrengos e toda a movimentação político-militar para que o planeta se proteja.
E, toda e qualquer cena em que haja um ser humano envolvido, são marcadas por diálogos óbvios, que insistem em explicar o que está claro, é a utilização desenfreada dos clichês, como se só eles não bastassem para a compreensão do filme. Conflitos esdrúxulos, superações pessoais e a trilha sonora a favor de momentos ainda mais melosos e eloquentes. Eis o momento no cinema em que as máquinas superaram, e em muito, as pessoas.