Norte, Hangganan ng Kasaysayan (2013 – FIL)
Da força da naturalidade que o cineasta filipino Lav Diaz floresce com um poder soberano de mesclar personagens, classes sociais, violência, história, política, e outras dezenas de temas. Tornando assim, 250 minutos de um filme, num tempo necessário e enxuto, além de uma experiência única e capaz de inserir o público nuam visão plural de seu país natal.
A burguesia e sus discussões políticas numa mesa de bar, os universitários de direito falando do período de ditadura de Ferdinando Marcos, e outros nomes da história filipina. De outro lado, a pobreza, uma família se desfazendo de tudo que há em casa para alimentar os filhos. Entre essas duas realidades uma agiota que lida com ambas classes sociais, seja o interesse de manter as aparências, seja pela necessidade extrema de uma situação limite.
Diaz faz de sua história um pouco de Crime e Castigo, o Dostoievsky filipino vai da bondade humana à violência extrema de um sociopata, da vida na cadeia ao peso da culpa. O preso injustiçado nunca se revolta, o verdadeiro culpado não consegue confessar, por mais que a culpa pese toneladas sob seus ombros. O papel da religião e como cada um lida, ou se apóia, nesse lado espiritual. O discurso em prol dos dos pais da revolução filipina (Bonifácio e Aguinaldo), fúria contra a ditadura opressiva, a pressão do mundo por seguir a cartilha social, formam um vulcão que explode em violência (ainda mais poderosa por estar sempre fora de cena).
Enquanto isso a pobreza assola, Lav Diaz pega pesado com as tragédias, não poupa nenhum de seus personagens, como se a tragédia estivesse no DNA filipino. É uma visão complexa do ser humano, e do meio, mas, sobretudo, uma maneira pessimista, nos cinco minutos finais até exagerada. Mas o que são cinco minutos, depois de 245 de ótimo cinema?
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[…] todo o sentido Lav Diaz ter revisitado Crime e Castigo em Norte, O Fim da História. Esta sua estreia no cinema é também uma variação do livro de Dostoievsky, cujo arrependimento […]
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