Oriental Elegy / Vostochnaya Elegiya (1996 – RUS)
Como seriam os sonhos de Aleksandr Sokurov? Não aqueles que temos acordados, imaginando metas e desejos (in) tangíveis. Me pergunto de quando Sokurov coloca sua cabeça no travesseiro, pega no sono, e sua mente trabalha, no subconsciente. Esse momento seria formado de imagens turvas e viagens midiáticas? Porque muitos de seus filmes são assim, e essa, que é a oitava elegia, mais ainda.
Uma viagem sob o abstrato, um vilarejo japonês. Uma camponesa, fluxos de consciencia e Sokurov trafega pelo imaginético, seu cinema de percepções atinge o auge, são 43 minutos de uma hipnose apoteótica, onde tudo e nada fazem sentido. E, há ainda aquele vilarejo japonês. Ele teria chegado lá ou seria outro sonho, ou fragmentos? Pouco importa, os olhos vidrados pelas obsessões do cinema de Sokurov apenas acompanham as formas e congruências que se apresentam em cena.