La Grande Bellezza (2013 – ITA)
Na visão de Paolo Sorrentino, a cidade de Roma é um daqueles ecossistemas incompreensíveis, recheado das mais possíveis diversidades e bizarrices. Uma cidade de aristocracia falida e cafonice na moda, há décadas. É por esse habitat que sobrevive, à la bon-vivant, o escritor e jornalista Jep Gambardella (Toni Servillo). Entre festas da alta sociedade e uma lucidez ácida, Sorrentino faz de seu protagonista o provocador necessário para que ele próprio mostre como ama e odeia a cidade.
Com clara inspiração em Fellini, é daqueles filmes que o todo resulta meio deformado, enquanto alguns momentos isolados quase chegam ao brilhantismo (vide a cena em que Jep destrói a mulher que o adora provocar). Jep vive dessa sociedade decadente, como uma esponja se aproveita da futilidade, e alimenta sua zona de conforto de uma vida de excentricidades. Roma é o palco para essa pluralidade, o ferrugem que corrói cada esquina de um lugar que já viveu sua era de ouro, mas ainda sobrevive, aos trancos e barrancos, como toda a Itália.
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