O discurso moral vem alinhado com as questões ambientais, as reinvindicações por mudanças estruturais na economia que possam privilegiar a preservação. Kelly Reichardt esgueia seus personagens por um thriller silencioso, por entre turvas florestas e a determinação jovem de fazer sua parte para mudar o mundo, enquanto a atmosfera de suspense é concebida pelo vagaroso revelar dos planos daquela dupla.
A segunda metade é sobre o peso da culpa. É exatamente onde o filme se revela. Saem de cena a floresta, o rio límpido que reflete a escuridão noturna, surge o desanimo, os ombros carregados. Ação e reação, já dizia a lei da física, o fardo de prosseguir é mais pesado do que o planejado. Uma pequena cena é crucial, as reações ao animal atropelado encontrado na estrada desnuda comportamentos essenciais, princípios, que Reichardt explora através desse arrependimento e da questão de sobrevivência e leva seu filme além do thriller ambientalista.