O Jardim das Espumas (1970 – BRA)
Esta semana, o Caixa Belas Artes exibe uma retrospectiva do cineasta Luiz Rosemberg Filho. Expoente do cinema marginal carioca, o cinema de Rosemberg é radical, anárquico, e comunica-se com os maiores clássicos de Glauber Rocha. O próprio diretor dava, há 30 anos, este filme como perdido, até ser recentemente recuperado (assim como Imagens, seu trabalho a seguir).
Vibrante e experimental, a trama metafórica dá conta do sequestro de um enviado de um planeta rico que teria vindo à Terra para acertos comerciais. Enquanto Rosemberg provoca o Terceiro Mundo, e realiza colagens alucinantes com Hitler e Mussolini, explora o primitismo dos corpos nus e a liberdade de regiões bucólicas. Pára o filme no meio, inicia uma conversa com os atores e com a câmera, seja criticando a política, seja detonando o cinema american, a crítica e a imprensa nacional, sem papas nas línguas.