Nosferatu: Phatom der Nacht (1979 – ALE)
Ainda em cartaz nos cinemas de SP, a ótima versão de Werner Herzog para o clássico do expressionismo alemão (de F. W. Murnau). O cineasta dá menor foco ao clima de terror, bricando mais com a mistura de sonho e realidade, não é por acaso que o filme começa com Lucy (Isabelle Adjani) sendo assistida pelo marido (Bruno Ganz) após um pesadelo. Na primeira parte da trama, as semelhanças são maiores ao Nosferatu de Murnau, a ida do corretor de imóveis ao castelo na Transilvânia, casa do Conde Drácula (Klaus Kinski). A maquiagem, as unhas, o aspecto do conde é realmente assustador. O jantar, com o enquadramento angular, no alto pé direito da sala de jantar, chega ao claustrofóbico.
Na segunda parte, quando Drácula sai do castelo, e traz com ele a praga e a invasão de ratos, Herzog coloca mais de seu cinema em cena. Essa relação do ser humano com a natureza, sem perder o toque assustador e o amor da jovem pura como salvação contra o mal maior. Herzog dosa, com propriedade, todos estes elementos, avançado na tragédia irrefutável da cidade.