Ela Volta na Quinta (2014)
Após sua carreira destacada em curtas-metragens, o cinesasta André Novais Oliveira apresenta o seu filme longa. Numa prática já recorrente, ele coloca sua família, e a ele mesmo, dentro de seu filme. No filme, o pai e a mãe, em processo de separação, são seus pais verdadeiros. Assim como ele, e seu irmão, que no filme sofrem com a decisão, enquanto encaminham suas vidas na direção contrária.
Dentro desse contexto, André Novais Oliveira utiliza elementos narrativos desse movimento de documentários brasileiro (meio intimistas, meio experimentais), com seus planos longos e câmera fixa, sempre retratando a intimidade de cenários e comportamentos. É interessante como o diretor consegue explorar sua família, e criar situações ficcionais com eles. Por outro lado, a falta de naturalidade não oferece cargas dramáticas que a história singela carece.
E nesse meio-termo, do filmar meio sem-jeito (mas que de sem-jeito não tem nada), permite claramente explicitar o poder dos personagens que influenciam outros personagens, que influenciam outros, e assim por diante. Num efeito dominó capaz de perturbar, ou alterar significantemente, a vida dessas outras pessoas. Mas, André Novais Oliveira não parece encontrar o ritmo perfeito, a realização fica aquém da ideia. Ele toma emprestado pequenos gestos, diálogos tão simples, da voz a esses personagens que se misturam entre ficção e sua vida real, e nesse jogo surge como um cineasta a se acompanhar de perto.