Mon Roi (2015 – FRA)
A diretora Maïween não esconde as proximidades autobiográficas do filme com seu relacionamento com Luc Besson (quando ela tinha quinze anos). Por isso, a carga sentimental que carrega o filme todo é bem forte. Narrado em dois tempos diferentes, o presente traz Tony (Emanuelle Bercort – ganhou melhor atriz em Cannes 2015) se recuperando de um acidente. A dor e o sofrimento da recuperação formam paralelo a degradação de sua alma e coração, narrada no longo flashback que constrói seu relacionamento com Georgio (Vincent Cassel).
Intensidade e instabilidade são a tônica do relacionamento. Entre os altos e baixos, um amor destrutivo, que corrói os corpos enquanto ilude os sentimentos. Dessa forma que Maïween tenta se libertar dos fantasmas de seu passado. Como cinema, é um filme de poucas alternâncias, e uma trama que conhecemos amplatamente após ter sido tantas vezes explorada. Os dois momentos da narrativa estão apenas interligados pela consequências, mas não chegam sequer a ter representatividade como conjunto.