À Peine J’ouvre Les Yeux (2015 – FRA)
Merecia um pouco mais de atenção do que ganhará no circuito comercial, por mais que seja apenas outra variação do mesmo tema. Mas, é um tema ainda tão necessário e que o cinema tem sido uma das vozes mais reverberantes. A história se passa na Tunísia, pouco antes da Primavera Árabe, e da Revolução de Jasmim que culminou com a queda do regime de Bem Ali.
Vocalista de uma banda de músicas politizadas, a jovem Farah (Baya Medhaffer) enfrenta a desaprovação da mãe (Ghala Benali), enquanto vive a efervescência da descoberta, da liberdade, do amor e etc. O confronto familiar parece ser a maior batalha de Farah, e já teria assunto o bastante par ao filme. O final guarda o encontro dessa personagem com o governo truculento, capaz de transformar todo esse movimento de libertação familiar e cultural em vilanismo e perigo nacional.
A diretora estreante Leyla Bouzid coloca em seu filme toda a ebulição da protagonista, os altos e baixos de uma jovem imatura e idealista, repreendida, arrependida, que luta por cada uma de suas vontades enquanto enfrenta o conservadorismo e o bom-senso a partir de seus erros e acertos.