Christine (2016 – EUA)
Os filmes do brasileiro radicado nos EUA, Antonio Campos, ainda seguem inéditos no circuito comercial brasileiro, foram exibidos apenas em festivais. Esse terceiro longa-metragem consolida sua carreira de maneira sólida no circuito indie americano. Após dois trabalhos com foco na juventude americana (Depois da Escola e Simon Killer), vira algo suas atenções a história verídica da jornalista Christine Chubbuck que tirou sua vida, frente às câmeras, em prol da audiência e em protesto a ferrenha busca por ela.
Importante lembrar que no mesmo ano foi lançado o documentário de Robert Greene, Kate Plays Christine, e com suas semelhanças e diferenças, o todo apresenta um interessante estudo do caso. Se o deocumentário aproveita um pouco do sentimental e apenas expõe os fatos, é o filme de Campos e a boa interpretação de Rebecca Hall, quem oferece uma perspectiva mais irracional da jovem jornalista, suas perturbações pessoais e decepções em sua luta por crescer na profissão.
Cai como uma luva a reinterpretação dessa personagem em tempos de feminismo tão voraz, durante os anos 70, uma mulher de quase 30 e tão independente e decidida é mais outra possibilidade de retomar as bandeiras do mundo igualitário, ainda que o filme passe a justificar as decepções e o final trágico com suas manias e dificuldades de se relacionar em sociedade, logo ela que brigava por matérias criticas ou com cunho social, muito além da simples guerra sangrenta pela audiência.