Temporada (2018)
André Novais Oliveira está de volta. Deixa de lado o mergulho em sua própria história (por mais que ainda use parentes no filme), sem se distanciar do ritmo meio intimista, meio experimental, com seus longos planos em câmera fixa, e a intimidade de comportamento e pequinesas de seus personagens. Curioso como o ritmo tão marcado pela passividade e singeleza possa conter critica explícita a realidade da precariedade brasileira com políticas públicas, assim como também a visão desesperançada das classes menos favorecidas do país.
Juliana (Grace Passô) é a recém-contratada agente sanitária no trabalho de campo de visitas as casas para conter possíveis focos do mosquito aedes-egypti.
A precariedade no combate poderia sim ser uma critica dura do filme, mas ela talvez aparec por acaso, afinal o diretor parece genuinamente interessado em pessoas como Juliana. O negro brasileiro que vive de forma precária, que não se alimenta bem, que não te dinheiro para chegar ao fim do mês, e ainda tenta encontrar momentos de alegria nesse contexto tão caótico. Nossa Juliana sai do interior pra viver em Contagem, a mudança traz nova amizades, o complicador com o marido, o modus operandi do funcionalismo público. Enquanto outros personagem orbitam ao seu entorno, num retrato desse brasileiro que fica à margem da grande mídia e o forma o verdadeiro Brasil.
[…] Temporada, de André Novais Oliveira […]
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