Ahlat Agaci / The Wild Pear Ter (2018 – TUR)
De volta ao local onde nasceu, o jovem Sinan briga com o pai (que atola a familia em dividas ao perder tudo em apostas), com a mãe, com a irmã, com o escritor mais conhecido da cidade, com a garota que ele gostava na infância, com os amigos. Pretende ser escritor, mas vê na carreira de professor suas possibilidades mais reais. Durante três horas, o cineasta turco Nuri Bilge Ceylan desenvolve uma rede de personagens ao entorno do jovem idealista, e teimoso, capaz de uma construção forte do personagem, tanto intelectual quanto sentimental.
Estamos falando da falta de perspectiva jovem (a carreira de policial para a última possibilidade para tantos), o choque de gerações com pais, aspectos econômicos e sociais em confronto com costumes. Boa parte dos encontros e diálogos tem mais de vinte minutos, as conversas demoram a entrar em seu tema principal, dessa forma Ceylan investiga pessoas e lugares, cultura e formas de pensar. E, se parece um filme menos poético e metafórico do que Sono de Inverno, demonstra sua capacidade em refletir sobre comportamentos humanos, em olhar ao passado de cada um com pespectiva do futuro, sobre relações familiares, os altos e baixos de cada um, e provar, que todos sempre tem seu valor.
Festival: Cannes 2018
Mostra: Competição