Maya (2018 – FRA)
O novo trabalho de Mia Hansen-Love é um novo capítulo de frescor em sua filmografia. Uma viagem à Índia num prisma bem diferente do que estamos acostumados pela visão ocidental naquele país. Ao invés do estranhamento com relações sociais, alimentação e outras características, o protagonista tem é um fascínio admirável pelo país que o acolheu quando criança. E, logo após um trauma complicado (o filme tem início quando ele, jornalista, é liberado por terroristas sírios e retorna à França), busca refugío onde guarda boas lembranças.
Sem dúvida é um personagem cheio de feridas em busca de cicatriz, e como um road movie, nos faz viajar por diferentes lugares, aproveitar a paisagem, lidar com a pobreza com naturalidade, redescobrir o amor. Pode até parecer clichê na questão romântica, com tantos contrastes e sonhos diversos entre eles, mas a cineasta filma com tanta leveza que mesmo as questões mais complexas (como a predatória sede imobiliária) são duras, mas com sabor especial. Mia Hansen-Love mantém a riqueza de seu cinema através de uma disfarçada simplicidade, e mostra uma Índia a ser descoberta.