Ilha (2018)
Depois do sucesso de critica, a dupla Glenda Nicário e Ary Rosa volta com altas doses de experimentação. Começando pela trama onde um jovem da periferia quer fazer um filme sobre sua vida e sequestra um cineasta baiano e o obriga a realizar as filmagens. Muita licença poética na forma de convencer, de evoluir entre ficção e docudrama, enquanto os diretores filmam ângulos mais que inusitados e um ritmo narrativo que foge, completamente, dos padrões estabelecidos.
Tanta experimentação é um risco que a dupla corre, e nem tudo funciona. Algumas cenas são vistosas e funcionais, outras ficam apenas na vontade de experimentar formatos e maneiras de abordar esse misto de repulsa, amizade e atração. Música, o beira-mar, o vento do fim de tarde, e o resgate de memórias afetivas ou traumáticas, está longe do onírico, mas quase radical em muitas de suas propostas.