A façanha de Philippe Petit já havia chegado ao cinema através do documentário O Equilibrista, vencedor do Oscar desse gênero. Dirigido por James Marsh, e muito rico em imagens de arquivo, da vida e das façanhas, do maluco equilibrista francês que ousou cruzar as torres gêmeas do World Trade Center pisando num cabo de aço. E o segredo do documentário é de se estabelecer por meio dos depoimentos do personagem e de todos que colaboraram nessa e nas demais peripécias (como cruzar a Notre Dame também).
Agora foi a vez de Robert Zemeckis abordar a mesma história, através da ficção. Joseph Gordon-Levitt se esforça no sotaque de um francês falando em inglês, e no tom da voz de Petit, enquanto o filme parte desde a infância desse equilibrista incorrigível até os minuciosos detalhes para invadir as torres em construção, às escondidas, com todo o equipamento necessário para realizar a proeza.
Apoiado pela narração em off em tom de conto infantil, e cheio de trilha sonora de superação, Zemeckis assemelha muito de seu filme no documentário, aproveitando-se da tecnologia 3D para dar dimensão da altura (além dos 110 andares) e da maluquice. E essas cenas são impressionantes. No saldo, a ficção de Zemeckis se repete ao documentário, sem que consiga superá-lo, sendo mais importante como a possibilidade de alcançar um público maior pelo apelo comercial de marketing e estrelas.