Os meus 25 filmes favoritos do ano de 2015. O critério é o mesmo do ano passado, filmes vistos ao longo do ano, e que foram produzidos até 2 anos atrás (portanto, limite é 2013). Eles formatam, na visão deste blog, o melhor do panorama do cinema, com toda a subjetividade que uma lista dessas possa ter. E, novamente, o top 10 comentado tenta captar um pouco da percepção sobre estes filmes e sobre o cinema contemporâneo.

- A Assassina, de Hou Hsiao-Hsien
- Mad Max: Estrada da Fúria, de George Miller
- Hard to be a God, de Aleksey German
- Carol, de Todd Haynes
- Noites Brancas no Píer, de Paul Vecchialli
- Diálogo de Sombras, de Jean Marie-Straub e Danièle Huillet
- Phoenix, de Christian Petzold
- As Mil e Uma Noites: Volume 1 – O Inquieto, de Miguel Gomes
- Sniper Americano, de Clint Eastwood
- Spotlight, de Tom McCarthy
- O Tesouro, de Corneliu Porumboiu
- O Ano Mais Violento, de J. C. Chandor
- Três Lembranças da Minha Juventude, Arnaud Desplechin
- O Peso do Silêncio, De Joshua Oppenheimer
- Vício Inerente, de Paul Thomas Anderson
- Son of Saul, de Laszlo Nemes
- A Terra e a Sombra, de César Augusto Acevedo García
- Os Campos Voltarão, de Ermanno Olmi
- A Vida Invisível, de Vitor Gonçalves
- Um Amor a Cada Esquina, de Peter Bogdanovich
- É o Amor, de Paul Vecchialli
- 45 Anos, de Andrew Haigh
- Mountains May Depart, de Jia Zhang-ke
- João Bérnard da Costa: Outros Amarão as Coisas que Eu Amei, de Manuel Mozos
- Aferim!, de Radu Jude
A lista deste ano parece ter no amor, e na inquietude, suas vozes mais presentes. São filmes, que em sua maioria, tentam falar mais intimamente com seu público, causando reflexão ou estabelecendo conexão com o que esses corações possam reverberar. O amor é determinante no grande filme do ano, o aguardado e deslumbrante retorno de Hou Hsiao-Hsien. Tanto ele, quanto o lindo romance feminino de Todd Haynes, ofuscaram o fraco vencedor da Palma de Ouro, com narrativas sofisticadas e visualmente hipnóticas. O amor como uma âncora que afasta os protagonistas dos caminhos trilhados, a eles, pela sociedade. Num tom muito semelhante também esta o drama-romântico, do alemão Christian Petzold. Com o provável melhor desfecho do ano, seu filme vai de Fassbender a Hitchcock, quando trata genuinamente do amor e seus impactos.
Se Paul Vecchiali flerta com o cinema experimental, e adapta Dostoiévski, com seus dois personagens em encontros notívagos sobre vazios existências dos corações, o média-metragem de Jean Marie-Straub e Danièle Huillet versa sobre amor, religião, e até o tédio. Vecchiali tem o mar ao fundo, a dupla francesa o local bucólico. E em tons bem diferentes, ainda que com a semelhança do tom teatral, ambos filmes vagueiam entre o racional e o irracional.
O de Clint Eastwood está entre o amor e a inquietude. O apego à família e à pátria, e a inquietude causada pela guerra são temas latentes nesse drama de soldado. Como um todo, a trilogia de Miguel Gomes decepciona, ainda que tenha sido tão elogiada em Cannes, porém, exibidos em separado nos cinemas, o primeiro volume demonstra a força da inquietude por meio de críticas corrosivos ao cenário político português, em tom de humor debochado.
Aleksei German e George Miller criam (ou retomam) visões futuristas do caos regido pela irracionalidade. Miller e seu espantoso retorno a saga Mad Max beira a unanimidade, com surpreendentes chances reais no próximo Oscar nessa ventura alucinante pelo deserto pós-apocalíptico. Já o veterano russo recria a Europa feudal, lamacenta e exasperante, tendo na inquietude visual a grande desconstrução de seu protagonista semi-Deus.
O patinho feio da lista é o filme independente sensação da corrida ao Oscar. Mais do que um filme-denúncia, sobre acusações de pedofilia de padres católicas, Tom McCarthy realiza um empolgante estudo dos caminhos da imprensa investigativa.
E encerrando, os meus 10 filmes favoritos dentro do circuito comercial de 2015, sempre atrasado arrastando filmes que já estiveram no top do ano passado.
- Norte, o Fim da História, de Lav Diaz
- Mad Max: Estrada da Fúria, de George Miller
- Noites Brancas no Píer, de Paul Vecchialli
- O Conto da Princesa Kaguya, de Isao Takathata
- Phoenix, de Christian Petzold
- As Mil e E Uma Noites: Volume 1, O Inquieto, de Miguel Gomes
- Dois Dias, Uma Noite, de Jean e Luc Dardenne
- A Pele de Vênus, de Roman Polanski
- Acima das Nuvens, de Olivier Assayas
- Winter Sleep, de Nuri Bilge Ceylan