Notturno (2020 – ITA)
Trata-se da fórmula Gianfranco Rosi de fazer documentários num retrato dos escombros de guerras civis em países como Iraque, Curdistão, Síria e Líbano. Escombros esses dos edifícios, da geografria, mas, principalmente os escombros humanos que tentam sobreviver com tantas feridas, violência, o verdadeiro horror. Digo a fórmula porque quem conhece o estilo do documentarista italiano já pode imaginar o formato observacional, o ritmo lento, a predileção em testemunhar detalhes de cotiadiano dos personagens, enquanto fica evidente a herança que os conflitos trouxeram.
Em seu filme anterior, Rosi punha em foco os imigrantes chegando à Europa, dessa vez ele vai às origens desses imigrantes, onde estão e como vivem. É novamente um retrato bem íntimo, e até devastador, e da maneira quase poética e melodramática com que o filme usa as nuvens e os silêncios, e outros elementos, talvez um pouco explorador.