De início, uma bagunçada chuva de imagens e frases disparadas sem muito sentido aparente. Elas formam uma espécie de resumo do que será a vida de cada um dos personagens centrais. Depois, o desenvolvimento de cada um desde a infância, René Ragueneau (Gérard Depardieu) torna-se um administrador burocrático de uma tecelagem e se vê pressionado quando colocam outro funcionário na mesma função da dele. Janine Garnier (Nicole Garcia) foi ativista comunista quando jovem, abandonou a família para ser atriz. E por fim, o burguês Jean Le Gall (Roger Pierre), que administra uma rádio estatal e decidiu separar-se da esposa para ficar com Janine.
Laborit divide o cérebro humano em três partes, estuda três humanos, explora três fases animais do comportamento. Manipula as ações dos personagens para provar suas afirmações. Com homenagens a clássicos do cinema e um humor de tom lisonjeiro, Resnais imprime ritmo tenro. Amadurece seus personagens, brinca com inteligência num roteiro repleto de consistentes teias. Nicole Garcia marca presença forte em cena, domina com ternura e presença marcante. O entrecruzar de personagens, e as experiências comparativas, dão mais do que embasamento empírico, trazem mesmo um frescor renovado que ganha esmero na fotografia cativante de Sacha Vierny. Por fim, Laborit conclui que usando a mente para dominar os outros as coisas nunca vão mudar.