Nesse despretensioso filme por encomenda, Nicholas Ray nos delícia com uma narrativa aconchegante entre personagens milionários da alta sociedade e artistas galgando seu lugar ao sol. No fundo, o filme, trata de uma alma diabólica, uma garota interesseira (Joan Fontaine) que prefere arriscar o amor que sente pela possibilidade de casar-se com um marido rico (mesmo que este seja o namorado de sua prima e grande amiga).
As tramóias e o jogo de palavras poderia cair facilmente no inverossímel, mas Ray consegue captar a personagem e tornar factível e principalmente elevar a capacidade de persuasir. Dessa forma, o deleite com as artimanhas dessa vilã loira e encantadora dialogam sensivelmente com os filmes da época, com uma ingenuidade do cinema Americano dos anos 40-50, sem que pareça algo improvável. Na doçura do olhar está toda a capacidade de dissimilar.