O diretor estreante Hernán Guerschuny começa brincando com a vida do crítico de cinema, faz humor com a reação de diretores às críticas, ou à percepção de cinema do público médio, não esquece de demonstrar que não é das profissões mais bem remuneradas do mundo. Guerschuny dá um tom leve, acusa os clichês da comédia romântica, vende seu filme com um quê indie.
Porém, esse artifício vai até a página 2. Mais adiante, ele resgata todos os clichês criticados, como se o artifício inicial fosse um mea culpa. A ideia inicial se dissolve com personagens que desaparecem, com a precariedade cujo roteiro não consegue evitar. O crítico (Rafael Spregelburd) se apaixona (Dolores Fonzi), se vende ao amor, e à necessidade financeira, e o roteiro tenta tornar tudo isso divertido e romântico.