@claudiockf Nao, pulamos so dessa vez porque calharam ferias de quase todos e faltou agenda. Semana que vem estamos de volta 1 week ago
Bom que Lazaro Ramos vem chacoalhar com seu Medida Provisória. Cinema tb é isso, provocar, gosto muito da cena que… twitter.com/i/web/status/1…1 week ago
Sou desses que quando assiste um jogo de Champions League e compara com Brasileirão acha que é outro esporte, eis q… twitter.com/i/web/status/1…1 week ago
"Lula é um prato que combina bem com chuchu", quero ver vc das sacadinhas do Twitter superar 2 weeks ago
Os últimos dias de Alain Resnais já tinham na morte um de seus cernes. E, foi poucas semanas após esse presente que o cineasta francês nos deixou. Jamais deixou de lado sua inventidade, a capacidade de adaptar outros tipos de arte ao cinema (em especial o teatro), sempre com o charme sedutor de seu cinema complexo e simples (em alguns aspectos).
Lembra muito a estética de Smoking/No Smoking (os cenários que se repetem e fazem alusão ao palco de teatro, a simplicidade artificial do ambiente, os tipos de diálogo dos personagens), mas sem as vindas da história. Trata-se de três casais, ligados por George (citado em todos os segmentos, nunca aparecerá em cena) que sofre de uma doença terminal. Os amigos decidem ensaiar o peça e o convidá-lo a participar. Desse mote surgem saborosos desencontros amorosos, confidencias íntimas, disputas pelo mesmo homem. Alegria, decepções, e Resnais utilizando outra peça de teatro de Alan Ayckbourn para divagar sobre a vida.
A falsa ingenuidade nos diálogos, a doçura com que emoções (e confusões) são expostas, Resnais segue encantando sua plateia com o tempero e a jovialidade de sempre, genial como outrora mostrando como se faz uma comédia, com sofisticação e bom gosto. Um típico Resnais para coroar uma carreira irretocável de um dos grandes.
O título nacional já dá as coordenadas. Trata-se de um filme para não se levar a sério. Uma daquelas comédias cujos acontecimentos só poderiam se passar na cabeça do autor. Uma juíza workaholic (Sandrine Kiberlain) que acredita ser inteligente por manter-se solteira e distante de relacionamentos, uma festa de Reveillon, um bandido acusado de um crime tenebroso (Albert Dupontel). E, um diretor, Albert Dupontel, acreditando que as leves confusões podem soar engraçadas. Até o grand-finale, no meio do tribunal, com um quê de emoção, o filme pega emprestado do que de pior as comédias se utilizam.
Foi a primeira vez que assisti a festa de premiação do César, o equivalente ao Oscar da Academia Francesa de Cinema. E é impossível não comparar as festas de cerimônia, e imagino eu, não se encantar com a versão francesa. Basta conhecer um pouco mais do cinema francês, e na platéia ver Arnaud Desplechin, Roman Polanski, Léa Seydoux, Bérénice Bejo, Mathieu Amalric e tantas outras estrelas.
Primeiro, mesmo em sua autohomenagem e celebração de seus melhores, o cinema francês não perde oportunidade de homenagear a maior indústria do cinema, q Hollywood do cinema americano (não em quantidade de filmes, que se sabe que Bollywood e Nollywood profuzem mais filmes). Quentin Tarantino e Scarlet Johansson (ela com homenagem a sua carreira).
A cerimônia é enxuta, sem parada para intervalos comerciais, sem firulas e delongas. A platéia quase comanda o show. Algum premiado exagera nos agradecimentos? Não tem música alta e nem microfone que se movimenta, a platéia começa a bater palmas e a pessoa “se toca”. Aplausos mais efusivos também para os preferidos, quando as indicações são citadas antes da entrega do prêmo.
Cécile de France comandou a festa, com graça e leveza, humor e carisma. protagonizou um numero musical, cantando e dançando, e nem precisou sair do palco para apresentar todos os mais de 20 prêmios. César é uma aula de como promover a indústria, de forma chique e agradável, com direito a tapete vermelho, estrelas e flashes, sem perder o glamour.
Sobre a premiação, foi a primeira vez que um filme de estréia foi o grande premiado. Les Garçons et Guillaume à table ! (dirigido e protagonizado por Guillaume Gallienne) ganhou 5 Césars (Filme, Ator, Roteiro Adaptado, Montagem e Filme de Estréia), supreendendo os favoritos Azul é a Cor Mais Quente e Um Estranho no Lago.
Sucesso popular, com 2,5 milhões de ingressos de cinema vendidos, superando os celebrados filmes eróticos (com temática de gays e lesbicas) pode ter uma escolha pelo popular, ou uma total demonstração de que a Academia Francesa ainda não está preparada para consagrar o tabu da libertação sexual. Nessa discussão, fica o texto interessante da Première sobre o assunto.
Outros premiados foram Roman Polanski como Diretor (por Venus in Fur), Sandrine Kiberlain como Atriz (por 9 Mois Ferme). Entre os Coadjuvantes, Adèle Haenel (por Suzanne) e Niels Arestrup (por Quai D’Orsay). Os favoritos se contentaram com o prêmio de revelações, masculina para Pierre Deladonchamps (Um Estranho no Lago) e Adèle Exarchopoulos (por Azul é a Cor Mais Quente). Filme Estrangeiro foi outra surpresa já que havia Blue Jasmine, Django Livre, A Grande Beleza e Gravidade) foi para Alabama Monroe.