The Secret Life of Walter Mitty (2013 – EUA)
Essa nova adaptação do conto originalmente publicado na revista The New Yorker passou por muitas mãos antes de chegar a Ben Stiller. Desta vez, o pacato Walter Mitty trabalha na Life (pouco antes da revista deixar as bancas e se tornar apenas virtual). Ele sonha (acordado) com grandes aventuras, mas não consegue se desprender de suas características de loser introvertido até encontrar em uma paixão a mola propulsora para se tornar um galã aventureiro.
Como diretor, Stiller flerta com o cinema indie (tentando referências aqui e ali), sem deixar de buscar o grande público, com sequências de ação, muitos efeitos especiais e uma “lição de moral” enrustida (que o próprio diretor Stiller não respeita, mas venderia muitos livros de autoajuda).
Enquanto o filme se perde nesse zigue-zague entre o cinemão e pitadas de cult, Stiller está na pele de um Mitty com cabelos brancos, se aventurando de skate, pulando de um helicóptero. É o exagero que faz dessa vida secreta de Mitty algo tão fora da curva. É com essa megalomania ao extremo que Stiller joga pelo ralo seu conto sobre viver a vida, desprender-se das amarras, arriscar. Isso, sem falar no humor que exagera nas tintas, encontrando no “fazer de bobo” a única saida para divertir. Como se sair pelo mundo fosse lhe trazer dinheiro e felicidade, e a mulher dos seus sonhos.